“O silêncio protege o agressor! A voz e a ação protegem a vítima!”, foi com essa fala que a vereadora e autora Professora Edna finalizou a audiência pública desta sexta-feira (15). Em seguida, ela conclamou a todos para que o debate continue dentro e fora do ambiente escolar, bem como seja replicado nos projetos pedagógicos.
O evento foi iniciado com a apresentação do coral de vozes do CEPMG Maria D´Abadia Gomes Meirelles Shinohara, em seguida dividiu-se, dado a complexidade do tema, em três momentos: pedagógico, psicológico, criminal e exposição de modelo prático de solução.
Em sua fala, a parlamentar trouxe dados sobre o a violência no país e revelou que em Luziânia não é diferente. “Não adianta fazer uma audiência publica e tampar o sol com a peneira, precisamos orientar as crianças, adolescentes e adultos sobre o perigo do bullying para o desenvolvimento humano,” destacou.
Desdobrando a discussão pelo aspecto jurídico-criminal, o Dr. Luiz Gistavo Visetin, professor e coordenador do Núcleo de Pratica Jurídica da Unidesc, criticou a legislação que traz conceitos muito abertos que acabam enfraquecendo e atrapalhando sua aplicação.
Fazendo um contraponto, o Capitão Arão Gustavo Dias Nascimento, coordenador do programa paz nas escolas do Comando do 5º CRPM, revelou que é necessário qualificar os profissionais da educação para lidar com os atos infracionais.
Ele também pontuou a necessidade de comunicar tais condutas para o Ministério Público para que seja aplicado as medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e assim busque coibir a evolução de desvios de conduta dos menores revelados entre outros pelo bullying.
Também contribuíram muito com o debate, a diretora do ensino fundamental da Secretaria Municipal de Educação Karla Cristina Meneses do Nascimento, o especialista em intimidação sistemática Sr. Francisco Souza e a psicóloga Debora Cristina Araujo Wehr.
A audiência finalizou assim como o coral, em uníssono, com os palestrantes concordando acerca da necessidade de ampliar a rede de apoio envolvendo multiprofissionais, poder público e sociedade.
Dessa forma, a discussão segue em aberto, apesar de várias medidas terem sido propostas como: formação continuada de profissionais, apoio psicológico imediato para vítimas, criação do programa ouvir e acolher, desenvolvimento de políticas públicas preventivas e aplicação do ECA.

